27.3.12


Dei uma entrevista ao site Les Brasileiros, escrito por uma jornalista francesa que mora no Brasil, a Laurence. O site é bem interessante, fala sobre o Brasil e os brasileiros de maneira diferente, com matérias que explicam, por exemplo, o que é o "chá de panela", "a história do açaí", "o mercado de motéis no Brasil"...  Curioso. A moça entrou em contato comigo porque tinha leu meu livro e adorou. Convidei-a para vir aqui em casa, tomamos café, provamos uma torta de banana que fiz com uma receita do livro Dona Benta e caímos na conversa. Teretetê, teretetê, tricô, tricô, foi uma delícia. Depois, Laurence transformou tudo em um ping-pong resumido e publicou aqui. Mas ainda melhor que conversar sobre comida de rua e tal, coisas sobre as quais adoro falar, foi saber da própria Laurence suas impressões gastronômicas e culinárias do Brasil. Ouvi coisas como "nunca vi um país onde as pessoas comem tanto", "aqui tem lugar para comer qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer rua...", "vocês brasileiros não têm hora para comer. Na França ninguém passa o dia beliscando", "os pratos são muito grandes, as porções para dois geralmente servem quatro pessoas". E a parte chata: "Aqui é absurdamente caro, e às vezes muito mais do que em Paris". É, pessoal, do jeito que a coisa vai, vamos acabar gordos e pobres. Ou não... (em homenagem ao querido Chico Anysio).

5.3.12

Moça bonita não paga






As fotos são de uma feira nos arredores de Paris. Antiiiiiigas... De 2005. Servem apenas para ilustrar a letra da canção que descobri na semana passada (valeu a dica, Ivan Accioly!): "Moça bonita não paga", do compositor Ratinho, morto no ano passado - e autor também de, entre outras, da famosérrima "Vai vadiar", com Monarco. Enfim, a letra do samba de 1982 da Caprichosos de Pilares fala sobre feiras e mercados, e é muito fofa.
PS.: Encontrei a letra aqui.

"Moça bonita não paga"

Vamos homenagear (Vamos homenagear)
A feira livre e o mercado popular (E o dito popular )
Quando vem o amanhecer
Um pouco antes do sol nascer
A feira livre está pronta
E nela desponta a cabrocha Lili
Fazendo o florista sorrir
E o vendedor ambulante
Dizer coisa interessante
Quando passa por ali (Lá vai Lili )


Vai seguindo seu caminho
Mas seu semblante se modifica
A flor se fere no espinho
Da inflação que se agita
O vendedor de laranja grita
Moça bonita aqui não paga
Pisa na casca de banana escorrega
Aqui não paga mas também não leva

Compra peixe Lili, compra peixe Lili)
Já é meio dia de bolsa vazia não pode sair) BIS

Tem zoeira, tem zoeira)
Hora de xepa é final de feira) BIS

2.3.12

Galeto Liceu



Desci na estação Carioca do metrô e dei de cara com o Galeto Liceu, cuja placa em frente, gigantesca e fora de proporção, além de "matar" a fachada do belíssimo edifcio art decó no qual está instalado o Liceu Literário Português, ainda me mata qualquer vontade de entrar no lugar. Chega a ser irritante passear pelo Centro do Rio de Janeiro e perceber que a poluição visual do comércio acaba com o charme de qualquer arquitetura. Enfim, deixemos para lá. O importante é que tive curiosidade suficiente para olhar por cima da porta camarão do Galeto Liceu e descobrir um lugar interessantíssimo. Entrei sem pensar duas vezes. Inaugurado em 1943, tudo ali parece parado no tempo. Depois, em casa, li um texto de Juarez Becoza sobre o lugar. Faço minhas as palavras dele. Apenas acrescento uma observação: o galeto do Liceu é delicioso, mas ainda precisa subir alguns degraus para chegar aos pés do Sat's. Sobre o arroz e a farofa, teco o mesmo comentário. Bom, no Liceu, só provei o galeto, mas todas as carnes que passavam por mim pareciam apetitosas e macias. Ao meu lado, um cliente traçava um bife qualquer que me deixou babando. De primeira. E rápido, com atendimento impecável. Só não espere conforto: não há mesas, apenas bancos acolchoados no lindo balcão de madeira.     

Galeto Liceu
Rua Sen Dantas, 118, Centro, Rio de Janeiro
21-2220-6045