20.9.07

Fernando Morais e a Farofa de Bunda de Tanajura

Gostei da brincadeira. E ela começou bem. Este blog inaugura uma série de pequenas entrevistas, para quem entende ou não de comida, com quem gosta ou não de comida. Não espero que sejam muitas, espero que sejam poucas e boas. O escritor Fernando Morais abre alas. Aos bons entendidos, só meias palavras: Olga, Chatô, A Ilha, O Mago. Jornalista da categoria dos mineiros, mineiro de categoria, minêro mês, mineirim, que foi menino lá no interior de Minas. Em Mariana, terra sob a qual está a Mina da Passagem, a maior do mundo aberta à visitação. O Anastácia perguntou e Fernando respondeu, por email, ouro puro.

A melhor bebida para acompanhar o charuto.
Rum añejo. Se não tiver, conhaque.

O melhor restaurante em que já comeu.
O “Buraco da Gia”, que fica no município de Goiana, entre Recife e João Pessoa, na beira da estrada (Rua Padre Batalha, 100 – Goiana – PE). É um mocozinho de nada, mas JK, Gilberto Freyre, Miguel Arraes e Assis Chateaubriand não saíam de lá. Faz o melhor ensopado de guaiamum ao molho de coco do mundo.

Chateaubriand de bistrô francês ou pollo asado de paladar cubano?
Chateaubriand de bistrô francês e pollo asado de paladar cubano. Quem tem colesterol baixo, como eu, pode se dar a ambos luxos.

O animal mais estranho que você já engoliu.
Quando era menino, no interior de Minas, comi muita farofa de bunda de tanajura, ou içá, como dizem os paulistas – uma formigona alada, de traseiro preto que só aparece depois de tempestades tropicais. Muito bom. Anos atrás comi cachorro num restaurante coreano em Caracas, Venezuela. Desde então tenho olhado pro Juca e pro Chico, meus pastores alemães, com outros olhos.

Um prato inesquecível.
Ragu de rabada desfiada com risoto de açafrão feito pela dona Firmina, também conhecida como dona Firmeza, comissária do povo para os assuntos gastronômicos da minha casa.


Qual o molho preferido da sua barba?
Sei que pode parecer uma frescura sem tamanho, mas um bom sauce bérnaise é, esse sim, de babar na barba.

5 comentários:

Politika disse...

Blog muito legal, tia Anastácia. Já que assunto é comida, conheço o Fernando desde a primeira mamadeira. Minha, claro, não dele, pois quando eu nasci ele ja fumava charuto, bebia rum e comia bunda, de tanajura. Se me permite, vou colocar seu blog nos meus links. Porque gostei dele e gosto de cozinhar e, aí, não envergonho. Se quiser te mando uma receita que inventei com paleta de cordeiro.Quem comeu achou obsceno de bom.
Ah, sou irmão desse perverso polimorfo que observa tanajuras com olhares cheios de promessas.
Beijos, parabéns.
Reinaldo

Politika disse...

Honra minha, Inês. Pode copiar a receita da tanajura, sim. Eu nunca comi a iguaria. Tenho medo de ser castigado pois já li no Talmud que não se deve comer tanajuras se você tem um irmão mais gordo que as comem.
Neste fim de semana passo a receita da paleta de cordeiro pro word e te mando. Há uma outra receita, de carrês de cordeiro, essa é de autoria da dona Firmeza. Mas consta que esta receita ela não revela nem ao médico, nem ao padre, nem ao medium, depois de morta.
Beijos
Reinaldo

Anônimo disse...

é anastcia, parabéns pela entrevista com fernando morais! chique! este blog tem sempre novidades legais pra gente curtir!
André

Anônimo disse...

Inês, adorei seu blog, seu jeito de escrever e as entrevistas e posts diversos. Sou cria de uma apaixonada pela cozinha com um apaixonado pela mesa....não podia dar outra coisa...tenho um blog e vou linkar o Anastácia na Feira lá, ok?
Um beijo.

www.mangiachetefabene.wordpress.com

Valentina disse...

Que ótima surpresa esta entrevista.Parabéns pela iniciativa.